Desde minha infância sempre gostei de desenhar e pintar, mas qual criança não gosta? Durante um bom tempo tentei ‘copiar’ desenhos e imagens, mas minha mente ia sempre mais longe e não conseguia me manter em uma figura ou imagem da nossa realidade.
Então acreditei que desenhar não era pra mim. Escondi por tanto tempo e tão profundamente esta vontade que não percebia que seguia desenhando e pintando em meus pensamentos.
Ao abandonar esta verdade enveredei por outro caminho, a paixão pelo meio ambiente. O anseio em querer ajudar a “salvar” este mundo surgiu como uma agradável alternativa, desta maneira acabei me tornando oceanógrafa e por longos anos atuei como tal.
Assim, no processo de condicionamento de me identificar como uma mente, ideias, pensamentos, desejos, imagens e corpo, enfim um Eu a parte de tudo, segui oscilando por muitos caminhos, apenas adiando o inevitável.
Contudo sempre houve um impulso interior, o qual obviamente levei anos para entender.
Inicialmente era apenas uma fagulha, instantes de consciência, porém aquele anseio sempre presente ia "martelando" incansavelmente e, eu, sem ter a noção de que esse martelar tanto desconstruía minhas ilusões quanto "moldava sólida e flexivelmente" meu presente. Havia um contraponto que parecia sussurrar: há algo mais (isto incendiava em mim uma vaga sensação de lembrança), esta vida não deve ser só isto.
Entretanto ainda não estava consciente de que uma coisa estava ligada a outra, a vontade de pintar e de querer ajudar, era apenas AMAR (cores, traços, formas, luz, sombras, imagens...) desde "muito sempre". Então passivamente seguia aprofundando meu mergulho interno.
Nesse interim de busca interior e aprendizados, este velho e conhecido impulso começou a ganhar força, tanto interna quanto externamente e, tão nitidamente, a ponto de expressar finalmente que me sentiria realizada se pudesse passar o resto desta minha experiência me manifestando através da pintura.
Sabia que fazer o que se ama faz parte do encontro consigo mesma, afinal o autoconhecimento e a felicidade andam de mãos dadas.
Os meses seguintes de prática se transformaram na confiança de que estava seguindo o caminho de volta pra casa, e esta energia impulsionou finalmente a chegada e entendimento da primeira "mensagem". Sentia clara e vividamente uma conexão com a Consciência que permeia o mundo.
Tudo fluindo como uma melodia harmoniosa ou como a dança das cores em uma bolha de sabão. É isto, estou aqui como uma mensageira - Tenho uma mensagem pra você - SOMOS UNO.